Título: SP tem sua menor taxa de mortalidade
Autor: Sant¿Anna, Emilio
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/08/2007, Vida&, p. A19

Casos de mortes de crianças por mil nascimentos caiu quase 22% em relação a 2000 e chegou a 13,28 em 2006

A mortalidade infantil no Estado de São Paulo segue em queda e chega ao menor nível já registrado. Segundo dados da Fundação Seade, o índice de 2006 foi de 13,28 mortes por mil crianças nascidas vivas. Isso representa uma queda de 1,2% em relação ao índice de 2005, Quando foram registrados 13,44 óbitos por mil nascimentos.

O anúncio foi feito ontem pelo governador José Serra, durante visita à casa de parto Casa de Maria, no Itaim Paulista, na zona leste da capital. Acompanhado do secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, o governador visitou as instalações da instituição, uma Organização Social de Saúde, mantida pela Congregação das Irmãs Marcelinas ao lado do Hospital Geral do Itaim Paulista. Inaugurada em 2002, a casa de parto se tornou referência na região.

Para Serra, a expansão do saneamento básico, as campanhas de vacinação em massa e a melhoria da assistência às gestantes e aos recém-nascidos explicam o índice apresentado ontem.¿Já estamos nos aproximando de índices de países desenvolvidos da Europa e vamos prosseguir nesse trabalho¿, disse o governador.

A diminuição da mortalidade infantil segue uma tendência de queda constante apresentada todos os anos, desde meados da década de 1990, no Estado. Se comparada com as 16,97 mortes por mil nascimentos registradas em 2000, a queda é de 21,7%.

Queda ainda maior se constata quando se comparam os números de 2006 com 1995. Naquele ano, o índice era de 24,58 mortes por crianças nascidas vivas, quase 50% a mais que os atuais 13,28.

Dos 645 municípios paulistas, 247 registraram índices de mortalidade infantil inferior a 10 óbitos por mil nascimentos. A região de Campinas teve a menor média do Estado, 10,2 óbitos, seguida pela região de Assis, com 10,7.

Na comparação com 2005, a região que apresentou a maior redução foi a de Araçatuba, passando de 19,5 para 15,6. Nenhuma região paulista apresentou taxa superior a 18.

DIFERENÇAS

De acordo com Serra, São Paulo tem características que diferenciam as políticas de redução da mortalidade infantil no Estado das empregadas em outras regiões mais pobres. Em 2004, o índice nacional era de 22,5. No mesmo ano, esse índice era de 14,25 em São Paulo.

Apesar de importantes, ações de saneamento básico, por exemplo, têm menor impacto que o acompanhamento pré-natal e o feito durante o primeiro ano de vida das crianças. ¿É um problema de foco. Quanto mais desenvolvida é uma região, os problemas se deslocam para essa faixa¿, afirmou.

As mortes infantis registradas no Estado hoje, segundo Barradas, não acontecem mais por problemas como difteria e diarréia. ¿Hoje, em São Paulo, 70% das mortes de crianças com menos de 1 ano acontecem por problemas adquiridos ao longo da gravidez e por doenças congênitas¿, disse.

QUEDA

13,28 mortes por mil crianças nascidas vivas foi o índice de mortalidade infantil registrado no Estado de São Paulo, em 2006

21,7% é a diferença entre o índice registrado agora e em 2000, quando havia 16,97 óbitos por mil nascimentos