Título: CUT alega que patrocínio foi 'investimento comercial'
Autor: Marques, Gerusa e Otta, Lu Aiko
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/08/2007, Nacional, p. A10

A Central Única dos Trabalhadores (CUT)informou ontem que o patrocínio do Banco do Brasil ao 8º Congresso Nacional da entidade, em 2003, foi um ¿investimento comercial¿. Por carta, a central reagiu às suspeitas levantadas pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que pediu auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) nos patrocínios do BB - mantidos sob sigilo desde a CPI dos Correios - e ainda vai apresentar projeto de lei para definir como essa verba deve ser partilhada. Segundo Dias, a CUT, aliada histórica do PT, recebeu R$ 500 mil.

¿O banco manteve um estande na área do evento, onde divulgou e comercializou produtos e serviços. A marca também foi divulgada em materiais impressos da CUT que percorreram todo o País¿, diz a carta. ¿Sua participação foi um investimento comercial, com o objetivo de se aproximar da base da CUT - mais de 3.400 sindicatos, mais de 7,5 milhões de sindicalizados e mais de 22,4 milhões de trabalhadores na base.¿ O BB também alegou objetivo comercial.

Dias afirmou, porém, que houve desrespeito às diretrizes para patrocínio - atender a ¿compromisso social para preservação dos valores da cultura nacional¿ - e sugeriu influência de interesses partidários ou privados. Em 2003, quando o BB patrocinou o evento da CUT, uma agência de publicidade de Marcos Valério - tido como um dos mentores do mensalão - tinha contrato com o banco.

O senador disse ontem que continua sem resposta o pedido de informações que encaminhou à Caixa Econômica Federal (CEF) sobre verbas de patrocínio. Segundo ele, auditoria do TCU encontrou ¿inúmeras irregularidades¿ também nesse banco.