Título: 70% apóiam proibição de anúncios de bebida
Autor: Formenti, Lígia
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/08/2007, Vida &, p. A27

Segundo pesquisa, população também é a favor de taxação maior.

Brasília - Aumento de impostos sobre bebidas alcoólicas e proibição da propaganda do álcool são medidas que já provocaram muita discussão entre especialistas, integrantes do governo e fabricantes. A adoção de tais medidas, no entanto, é aprovada por grande parte da população, como revela pesquisa financiada pela Secretaria Nacional Antidrogas, órgão do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, e desenvolvida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O levantamento, o primeiro em grandes proporções realizado no País, mostra que 70% da população brasileira aprovaria a proibição de propaganda de álcool e 56% são favoráveis à maior tributação de bebidas. Outras medidas são aceitas pela maioria da população, como programas de prevenção de álcool em escolas.

¿Os problemas provocados pelo abuso e o início cada vez mais precoce do consumo habitual de bebidas entre adolescentes já são sentidos pela população¿, avalia o coordenador do 1º Levantamento Nacional Sobre Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, Ronaldo Laranjeira. ¿O drama vivido por pessoas próximas é motivo suficiente para que elas estejam abertas a medidas mais drásticas¿, completou.

O estudo, cujos dados foram antecipados pelo Estado, foi realizado entre 2005 e 2006 em mais de uma centena de cidades brasileiras. Ontem, os resultados foram apresentados oficialmente. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix, afirmou que agora um trabalho semelhante será desenvolvido em assentamentos rurais, onde, em sua avaliação, o problema de abuso de álcool é muito preocupante.

Além de pesquisa, a idéia é que programas específicos sejam desenvolvidos para prevenir o abuso do álcool. Ontem foi apresentado também um estudo sobre o problema entre a população indígena. ¿Nesses grupos, o problema começa depois dos 17 anos, mas as conseqüências também são extremamente graves¿, afirma.