Título: Governo festeja 1,22 milhão de vagas em 7 meses
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/08/2007, Economia, p. B10

Criação de emprego formal é 13% maior que no mesmo período de 2006 e já é quase igual a todo o ano passado.

O reaquecimento da economia levou as empresas brasileiras a criar 1,22 milhão de empregos com carteira assinada de janeiro a julho deste ano. O resultado é 13% superior ao do mesmo período de 2006, e praticamente igual ao de todo o ano passado, quando 1,228 milhão de vagas formais foram criadas.

Os bons números levaram o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a prever a criação de 1,6 milhão de empregos com carteira assinada este ano. Se for confirmado, esse será um novo recorde do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O maior resultado anual até agora foi em 2004, com a abertura de 1,52 milhão de postos formais de trabalho. 'Há consistência nos bons indicadores econômicos e a geração de vagas com carteira assinada está diretamente relacionada com o crescimento econômico', disse Lupi.

Em julho, no entanto, o índice caiu. Foram abertas 126,9 mil vagas - queda de 17% em relação a julho de 2006. Lupi atribuiu a redução no ritmo das admissões ao fim da colheita de produtos importantes, particularmente do café em Minas Gerais, o que antecipou as demissões do segundo semestre.

O setor agrícola criou 7 mil vagas, ante 27,7 mil em julho de 2006. Também houve redução de contratações no comércio, de 52,1 mil para 38,1 mil. Já a indústria continuou contratando mais: 28,9 mil vagas ante 20,9 mil em julho de 2006.

O Caged registra mensalmente todas as demissões e contratações pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ficam de fora da estatística os servidores públicos e empregados domésticos.

Para Lupi, as turbulências no mercado financeiro não deverão prejudicar a economia e o mercado de trabalho. 'Minha compreensão é que tudo isso pode nos afetar muito pouco no médio prazo', declarou, acrescentando que eventuais perdas com redução das exportações poderão ser compensadas pelo aumento da demanda interna.

Segundo o ministro, o governo vai investir mais em qualificação da mão-de-obra. Ele lembrou que, em 2006, das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada identificadas pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine), perto da metade não foram preenchidas por falta de qualificação dos trabalhadores.

O ministério defende a aplicação de R$ 959 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em 2008 em cursos de capacitação para setores onde há falta de determinados profissionais. Se for aprovado pela equipe econômica, esse orçamento será quase nove vezes maior que o deste ano.

CODEFAT

O dirigente da Força Sindical, Luiz Fernando Emediato, foi eleito ontem presidente do Conselho Deliberativo do FAT (Codefat) nos próximos dois anos. A eleição de Emediato foi possibilitada por um acordo com as demais centrais sindicais.