Título: 'Foi impossível recusar a oferta', diz Suzano
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/08/2007, Economia, p. B6

¿Foi impossível recusar¿. Foi esta a reação da Suzano Petroquímica ao ouvir da Petrobrás a oferta de R$ 2,1 bilhões (valor pago aos controladores) para a empresa deixar o setor. De acordo com João Nogueira Batista, co-presidente da Suzano Petroquímica, a empresa também foi surpreendida com a oferta da estatal.

Não era este o script da negociação até dez dias atrás, quando a Petrobrás decidiu comprar a Suzano Petroquímica. Segundo Batista, as empresas negociavam a reestruturação do pólo petroquímico do Sudeste, tendo como perspectiva a participação da Suzano e da Unipar.

Até então, a disposição de Unipar e Suzano em integrar este grupo de consolidação inviabilizava o avanço das negociações. As negociações estavam em andamento há três meses, desde a compra do Grupo Ipiranga pela Braskem, Petrobrás e Ultra. ¿As conversas sobre a consolidação no Sudeste estavam acontecendo, mas a certa altura, a Petrobrás achou que seria importante assumir o controle da consolidação e fez a oferta¿, explicou Batista. Segundo ele, foi uma oportunidade ¿inesperada¿.

Batista afirma que a Suzano, mesmo depois da operação que culminou na compra do Grupo Ipiranga, aspirava ser um dos dois grupos que deveriam dominar a petroquímica brasileira. ¿Pensávamos nisso e trabalhamos por isso. Sempre achamos que haveriam dois grandes grupos produtores de resinas no Brasil¿, diz.

CONFLITO

Batista ponderou que a empresa não chegou a negociar a formação de um supergrupo petroquímico no Sudeste diretamente com a Unipar. Havia entre os dois uma discordância em relação ao modelo societário. A Suzano defendia a formação de um grupo com um sócio majoritário, que pudesse decidir se não houvesse consenso entre os sócios. A empresa não queria repetir a estrutura que existe na Rio Polímeros. Na Riopol, a Suzano, a Unipar e o Estado (Petrobrás e BNDESPar) detém 33,3% cada.

Segundo Batista, todos as decisões têm necessariamente de ser tomadas por consenso. ¿Neste caso, vira uma ditadura de minoritários¿, critica. Este conflito não existe mais.