Título: Varig antiga pode adotar marca Flex
Autor: Komatsu, Alberto
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/08/2007, Economia, p. B24
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Empresa pretende voltar a voar no dia 1.º de novembro.
A Varig antiga, que adotou no processo de recuperação judicial o nome da ex-subsidiária Nordeste, pode voltar a voar no dia 1º de novembro, entre o Rio e Salvador, com a marca Flex. Tudo depende, porém, de um acerto de contas de cerca de R$ 50 milhões que estão sendo cobrados na Justiça por serviços que a empresa prestou, na época da transição, à nova Varig (VRG) e à VarigLog (empresa de cargas), conta uma pessoa próxima às negociações.
A quantia em questão está em análise pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, responsável pela recuperação judicial da companhia. Ayoub confirmou a provável data de reestréia e também relatou que o avião a ser utilizado, um Boeing 737-300, poderá vir da Gol por meio de um acordo operacional de distribuição de passageiros.
De acordo com uma fonte do setor, a idéia é usar até seis aviões, que poderão ser operados por meio de diversas frentes de negociação, 'de preferência aviões que já estão no Brasil', para encurtar prazos. Aviões da nova Varig que foram comprados pelo fundo americano Matlin Patterson, ex-acionista da empresa que vendeu sua participação para a Gol, também são algumas opções.
A Varig antiga também cogitou as marcas Sol, Nova, Lig, a manutenção de Nordeste, o nome da também ex-subsidiária Rio Sul e até mesmo a volta da bandeira Cruzeiro do Sul, empresa que foi adquirida pela Varig em 1975. A marca Flex, porém, está na preferência dos envolvidos na escolha.
CAIXA
Segundo a fonte do setor, o gestor judicial da Varig antiga, Miguel Dau, não quer mexer no dinheiro do caixa da empresa para fazê-la voar, já que a preferência é dos credores. É por isso que a esperança reside na dívida cobrada na Justiça. Dau foi procurado, mas não retornou até o fechamento desta edição.
A Varig antiga permanece em recuperação judicial para amortizar uma dívida de R$ 7 bilhões, contraída antes de a nova Varig ser desmembrada, sem dívidas, e ser arrematada em leilão judicial, no dia 20 de julho de 2006, por US$ 24 milhões pela ex-subsidiária VarigLog. O juiz Ayoub lembra que a nova controladora da VRG, a Gol, que comprou a empresa por US$ 320 milhões em 28 de março, não tem responsabilidade pelas dívidas da empresa que permanece em recuperação judicial.