Título: Ampliação de canal poderá ter empresa brasileira
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/08/2007, Economia, p. B20

Investido na função de ¿caixeiro-viajante¿, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a posição dos dois consórcios compostos por empreiteiras brasileiras que disputam a construção do maior trecho das obras de ampliação do Canal do Panamá. O lobby presidencial foi apresentado pela manhã ao seu colega panamenho, Martín Torrijos. No final da tarde, vestido de guayabera e com chapéu Panamá, Lula visitou o canal.

¿Há muito tempo o presidente Torrijos tem demonstrado interesse pela participação de empresas brasileiras nas obras do Canal do Panamá. Ele conhece a qualidade da engenharia brasileira. Portanto, certamente o Brasil disputa isso com boa possibilidade de ganhar¿, afirmou, depois de seu encontro com o panamenho. ¿Mas é uma licitação. Vamos ter de esperar abrir os envelopes para saber quem ganha.¿

O edital de qualificação dos consórcios deverá sair apenas em outubro. As obras de duas eclusas que fazem parte desse trecho da ampliação do canal estão orçadas em US$ 3,4 bilhões. Dois consórcios com empresas brasileiras concorrem. O primeiro é liderado pela Odebrecht e conta com a participação, entre outras, da companhia americana que construiu o canal, entre 1904 e 1914. O segundo, liderado pela francesa Bouygues, inclui as brasileiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão.

O alinhamento do Panamá ao biocombustível deram sinal de que o país pretende manter-se imune às influências da política petroleira do presidente Hugo Chávez, da Venezuela. Segundo Lula, há um projeto de alcoolduto ao longo do canal que permitiria o abastecimento da Ásia com a produção do Caribe e do Brasil.