Título: Para usineiros, expansão ocorrerá sobre os pastos
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/08/2007, Economia, p. B8

Cerca de 30% da expansão da cultura da cana em Goiás ocorrerá em áreas ocupadas por culturas de grãos, afirma o Sindicato das Indústrias de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg). ¿Cerca de 70% da expansão da cana em Goiás será feita em áreas de pasto. A cana não significa ameaça para o setor de grãos¿, diz Igor Montenegro, presidente do Sifaeg.

Hoje, Goiás tem um canavial de 290 mil hectares, suficiente para abastecer 18 usinas, que, juntas, processam 23 milhões de toneladas. Em quatro ou cinco anos, a previsão é que a área de cana atinja 600 mil hectares, 2% da área agricultável do Estado. O sindicato alega que esse território é muito inferior a área de grãos, que ocupa pouco mais de 3 milhões de hectares.

¿É preciso entender que o avanço da cana em Goiás também está relacionado a problemas de rentabilidade dos grãos¿, argumenta Montenegro. Nos últimos 3 anos, problemas como a ferrugem asiática, a valorização do real e o custo dos insumos comprometeram a situação financeira dos produtores. Neste ano, a situação parece ter se invertido. O preço pago aos produtores pela tonelada de cana caiu em relação a 2006.

Cassio Bellintani Iplinsky, um dos donos da Usina Decal, de Rio Verde, tem planos de elevar a capacidade de moagem para 1,5 mil toneladas. Para ele, a lei é uma imposição que desconsidera o mercado. ¿Falam da monocultura da cana, mas o que existe hoje é a monocultura do grão.¿