Título: No RS, protesto nos hospitais
Autor: Sant¿Anna, Emilio e Pompeu, Carmen
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/08/2007, Vida&, p. A20

Hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul deixaram de atender cerca de 5 mil consultas ontem para chamar a atenção dos governos estadual e federal para a falta de reajustes nas tabelas do Sistema Único de Saúde (SUS). O protesto não suspendeu os serviços. Os hospitais telefonaram para os pacientes e remarcaram as datas. Casos se emergência foram atendidos.

Na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, 1,3 mil das 2 mil consultas foram reprogramadas. No Hospital da PUC-RS, 675 das 900 consultas também foram redistribuídas. A paralisação parcial de um dia foi organizada pelo Movimento Saúde para os Hospitais, formado pelos sindicatos dos Hospitais Filantrópicos e dos Médicos; federações das Santas Casas, dos Empregados da Saúde, dos Municípios; associações Médica e de Usuários do SUS; e conselhos Regional de Medicina e Estadual de Saúde.

Nos folhetos distribuídos, os 239 hospitais lembraram que são responsáveis por 70% das internações do SUS no Estado. Para isso, precisariam de repasses de R$ 61 milhões por mês em vez dos R$ 25 milhões que recebem. Destacaram que, em 12 anos, a correção da tabela do SUS não passou de 33,7% e os custos hospitalares subiram 400%. Um médico recebe R$ 2,55 por consulta do SUS, valor inferior a 10% da tabela nacional de remuneração da categoria, de R$ 33.