Título: Controle de emissões de CO2 custaria US$ 200 bi
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Fonte: O Estado de São Paulo, 29/08/2007, Vida&, p. A22

O mundo precisará de US$ 200 bilhões a US$ 250 bilhões em investimentos até 2030, entre 0,3% e 0,5% do PIB global naquele ano, para manter o aquecimento da Terra nos níveis atuais, diz relatório da ONU apresentado ontem em Viena (Áustria) a mil representantes de 150 países que discutem mudanças climáticas. A principal conclusão do documento, de 216 páginas, é que, para deter o aquecimento global, é imprescindível que os investimentos e fluxos internacionais de capital levem em consideração critérios de respeito à natureza.

Segundo o secretário-geral da Convenção da ONU para a Mudança Climática, Yvo de Boer, um dos aspectos essenciais para o combate ao aquecimento é a resposta econômica. Se as finanças globais se convertessem ao zelo ecológico (o que custaria 1,1% a 1,7% dos fluxos de capital), as emissões de gases-estufa dos países desenvolvidos cairiam 68% até 2030.

Uma das medidas sugeridas para minimizar a mudança climática é o investimento de US$ 148 bilhões em fontes renováveis de energia, hidrelétricas, usinas nucleares e pesquisas de tecnologia destinadas ao seqüestro do dióxido de carbono.

CUSTO DE ADAPTAÇÃO

Os números do relatório não incluem os custos relacionados às adaptações à mudança climática, que dizem respeito, sobretudo, aos países em desenvolvimento e poderão variar de US$ 28 bilhões a US$ 67 bilhões até 2030. Tais gastos incluem medidas para minimizar o impacto do aquecimento global, como a construção de diques para conter a elevação do nível do mar.

O texto final do encontro em Viena servirá de base para a conferência multilateral de Bali, na Indonésia, em dezembro.