Título: CPI mantém apuração de contas e ligações telefônicas
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/08/2007, Metrópole, p. C3

A CPI do Apagão Aéreo do Senado vai continuar investigando Denise Abreu. Os dados dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dela, quebrados pelos senadores esta semana, serão analisados pelos técnicos da CPI assim que forem enviados pelos bancos, pela Receita Federal e pelas companhias telefônicas, informou ontem o relator, Demóstenes Torres (DEM-GO). ¿Foi bom para o Brasil. Ela estava comprometida, com a imagem desgastada. E o setor aéreo exige confiança. Agora, a Anac deveria deixar de existir¿, disse o senador.

Os sigilos de Denise foram quebrados para que seja investigada a suspeita de que tentou interceder pela transferência de vôos de carga dos aeroportos de Viracopos e Cumbica para Ribeirão Preto. A denúncia foi feita pelo ex-presidente da Infraero (estatal que administra aeroportos) José Carlos Pereira. Segundo ele, Denise teria tentado beneficiar Carlos Ernesto Campos, dono da empresa Tead, vencedor da licitação para administrar o terminal de cargas de Ribeirão.

Integrante da CPI do Apagão da Câmara, Gustavo Fruet (PSDB-PR) considera fundamental que o demais diretores da Anac sejam investigados. ¿Não há motivo para comemorar, isto só reforça a tragédia da gestão. Denise Abreu não pode ser responsável sozinha, é preciso verificar a omissão e ineficiência do colegiado.¿ Para Fruet, pesou de forma definitiva no pedido de demissão a decisão do ministro Nelson Jobim de abrir inquérito sobre o envio de documento sem valor legal ao Tribunal Regional Federal. ¿Quando se abre o processo administrativo, a pressão aumenta: ou renuncia ou é afastada. Ela preferiu renunciar.¿

Para o vice-presidente da CPI da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a situação era ¿politicamente insustentável¿ e Denise ¿teve a melhor atitude, para o bem dela¿.