Título: É supercomplicado mesmo porque o sistema tributário é complexo
Autor: Gobetti, Sérgio e Fernandes, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/08/2007, Economia, p. B3
ENTREVISTA
Silas Santiago, secretário-executivo do Comitê do Simples Nacional
Responsável pela implantação da maior mudança tributária do País nos últimos anos, o secretário-executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional, Silas Santiago, não estranha o apelido de 'supercomplicado' que o sistema ganhou. Em entrevista ao Estado, ele diz que o Super-Simples não é perfeito e vai precisar de ajustes legais no próximo ano.
É injusto o apelido?
Não estranho porque o sistema tributário é complexo. O que o Simples se propõe é descomplicar pela tecnologia.
Mas o contribuinte está encontrando grande dificuldade.
Isso é inerente a todo início de processo. Ainda mais num regime com essa complexidade. A própria Receita Federal não queria que o Simples Nacional se iniciasse em 1º de julho. O ideal era começar em 2008.
Houve precipitação?
A precipitação foi legal. Quando se tem uma lei complementar a cumprir, se coloca o pé no acelerador.
Ajustes serão necessários?
Esse ajuste virá. Eu tenho certeza de que, se alguma distorção foi percebida, é claro que os congressistas vão corrigi-la.
O Super-Simples não poderia ter sido simples?
Seria muito fácil se todo mundo pagasse 5%. Mas quem teria que pagar 2% seria penalizado. E quem teria que pagar 8% seria beneficiado. Os formuladores da lei complicaram para trazer justiça para cada setor.