Título: Sem CPMF, Orçamento teria corte de R$ 39 bi
Autor: Fernandes, Adriana e Costa, Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/09/2007, Nacional, p. A6

Bernardo alertou parlamentares de que, se não aprovarem a prorrogação do tributo, terão de encontrar uma alternativa, pois proposta já foi enviada

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que, se o Congresso não aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), os parlamentares terão de encontrar um jeito de cortar no Orçamento da União cerca de R$ 39 bilhões das despesas que seriam bancadas com a arrecadação em 2008 do chamado imposto do cheque.

Isso porque, segundo o ministro, a proposta do governo de lei orçamentária já foi enviada. ¿Vamos jogar no campo deles (parlamentares)¿, disse, numa sinalização clara de que o Congresso terá que achar uma alternativa, caso não aprove a prorrogação da CPMF. A previsão de arrecadação do tributo no ano que vem, segundo Bernardo, será de R$ 39 bilhões.

O ministro se declarou convencido de que a crise no Senado, em razão dos processos contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), pela suspeita de quebra de decoro parlamentar, não vai atrapalhar a votação do Orçamento. ¿O Congresso vive democraticamente os debates internos, suas desavenças políticas - às vezes, ideológicas, às vezes, não -, mas temos sempre conseguido aprovar os nossos projetos.¿ E acrescentou: ¿Evidentemente, vamos ter de fazer um trabalho de diálogo, mas o País precisa ter um Orçamento aprovado.¿

O governo quer também garantir a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permitirá à União movimentar livremente cerca de R$ 88 bilhões em 2008.