Título: Envelhecimento da população agrava a despesa
Autor: Tereza, Irany
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/09/2007, Economia, p. B7

Apesar do aumento na expectativa de vida e do crescente envelhecimento da população, o Brasil ainda é um país jovem. Para cada 9 pessoas com mais de 65 anos, há 100 entre 15 e 64 anos. É uma relação ainda baixa, ressalta o pesquisador do Ipea Marcelo Caetano.

¿Em países como Alemanha, Suécia e Itália, há 25 idosos ou mais para cada 100 habitantes com idade abaixo de 64 anos¿, diz ele, lembrando que isso torna ainda mais dramática a situação previdenciária brasileira em relação ao padrão internacional.

¿A população brasileira está envelhecendo rapidamente. Em algum momento vamos chegar ao padrão demográficos dos países mais desenvolvidos, hoje reconhecidos por um gasto social muito forte. Se estamos agora com uma proporção de gastos em relação ao PIB maior que a deles, com uma população três vezes mais jovem, como estaremos quando chegarmos lá?¿

O estudo do Ipea ressalta que a composição demográfica do Brasil não justifica os altos gastos previdenciários. A razão de dependência de 9,1% (a relação entre os idosos e a população entre 15 e 64 anos) é a sexta mais baixa entre os 49 países pesquisados. Mais uma vez, a reforma do sistema previdenciário é apontada como única solução para evitar a implosão do regime no País.

¿O Chile, exemplo emblemático das reformas estruturais no financiamento da previdência, ocupa a 41.ª posição no ranking. Esse resultado indica que, apesar dos custos de transição de regime de repartição para outro, de capitalização, as reformas conseguiram reduzir o dreno fiscal da previdência¿, lembra o estudo.

No trabalho, os pesquisadores consideraram cinco variáveis: demografia, alíquota de contribuição, falta de idade mínima para aposentadoria, porcentual de participação do total dos trabalhadores para a previdência e relação entre aposentadorias e pensões e o salário médio do trabalhador. ¿Retiramos, com isso, todas as distorções¿, diz Caetano.