Título: Na Austrália, países fecham acordo sobre aquecimento
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/09/2007, Vida&, p. A15

Os 21 países do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec) chegaram ontem a um acordo sobre a mudança climática para incluir na declaração conjunta dos chefes de Estado e de governo no final da cúpula que começa hoje. O texto aproxima as posições de países desenvolvidos e emergentes e, apesar de não ser de cumprimento obrigatório, estabelece objetivos para reduzir o uso de energia.

Ao contrário da minuta anterior, a proposta aceita que a ONU seja o espaço adequado para discutir e dirigir a luta a fim de conter os efeitos da mudança climática. O texto, que requerer aprovação dos estadistas por unanimidade, também acolhe a proposta australiana de melhorar a eficiência energética em 25% até 2030.

A mudança climática foi incluída pela primeira vez na pauta do fórum como um dos assuntos ¿mais importantes¿ após a Austrália, anfitriã da reunião, propor a aprovação de um documento batizado como Declaração de Sydney. A proposta australiana foi motivo de controvérsia por não estabelecer objetivos concretos na redução de emissões de gases-estufa e propor unicamente o que chama de ¿ambições¿.

Além disso, dizia que todos os países, os mais e os menos desenvolvidos, deveriam se comprometer igualmente a melhorar o uso e o transporte eficiente da energia, algo que acabou ficando de fora do documento.

A China foi um dos membros do Apec que mais pressionaram para respeitar a liderança da ONU na questão. O espaço ideal para tratar do assunto, defendeu a delegação chinesa, será a conferência da ONU sobre mudança climática, que será realizada na ilha indonésia de Bali em dezembro. Espera-se que na ocasião haja avanços nos compromissos do Protocolo de Kyoto. A China é um dos países signatários do protocolo, mas Austrália e Estados Unidos, não.