Título: Reservatório explica diferença
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Fonte: O Estado de São Paulo, 09/09/2007, Economia, p. B10

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Instituto Acende Brasil não conseguiram entrar em acordo sobre os riscos de racionamento no País. A EPE, que segue os números do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), garante que o risco maior seria da ordem de 7,3%, isso sem considerar a contratação de 1.400 MW de energia, prevista para o ano que vem.

O Acende Brasil não recuou na previsão de que o País tem 28% de risco de decretar um racionamento em 2011. Ambos usam os mesmos números, as mesmas premissas de crescimento de Produto Interno Bruto (PIB) e consumo de energia. Mesmo assim, os resultados são diferentes. E nem eles conseguem explicar o porque das divergências.

No mercado, uma das explicações para a disparidade dos números está no nível dos reservatórios. Segundo fontes, a EPE considera risco de racionamento quando o reservatório praticamente seca. Já no caso do Acende Brasil, é quando o lago de uma usina atinge 10% que ele declara o risco de racionamento.

Para o diretor da Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia Elétrica (Abiape), Cristiano Abijaode do Amaral, vale destacar que uma usina não entra em operação com a capacidade máxima. Há um cronograma para o funcionamento gradual das turbinas, como é o caso da Hidrelétrica de Santo Antônio. Para atingir a capacidade total, a usina deve demorar até dois anos.