Título: Até laptops serão vetados em sessão secreta
Autor: Scinocca, Ana Paula e Expedito Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/09/2007, Nacional, p. A5

Para evitar vazamentos, seguranças fizeram varredura eletrônica no plenário ontem.

Prevista para durar, no mínimo, quatro horas, a sessão que decidirá hoje o futuro do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), terá uma série de restrições para evitar vazamentos. Pelo menos 11 seguranças do Senado e dois funcionários da Fiança (empresa terceirizada de limpeza) passaram a noite de ontem fazendo varredura eletrônica em busca de gravadores e celulares no plenário. Os laptops dos senadores - usualmente utilizados nas sessões - também ficarão de fora.

A segurança também neutralizou o serviço de áudio, o que significará que os 81 senadores e os advogados de defesa e acusação terão de gritar em plenário para serem ouvidos na sessão. Nem mesmo as taquígrafas, responsáveis por transcrever todas as sessões, poderão participar da de hoje. Além dos advogados e dos senadores, apenas a secretária-geral da Mesa, Claudia Lyra, poderá participar.

A ordem foi dada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e executada pelo primeiro vice-presidente, Tião Viana (PT-AC). O petista também advertirá os colegas para evitar, ao máximo, usar os celulares. Renan também queria fechar o Senado para visitas durante todo o dia de hoje. Viana, porém, fez uma ressalva e acabou apenas restringindo a visita às galerias do plenário.

No fim da noite de ontem, os senadores ainda não sabiam sequer se poderiam usar os computadores e celulares na sessão. O projeto de resolução apresentado por Delcídio Amaral (PT-MS) e Eduardo Suplicy (PT-SP) parar que a sessão de hoje fosse aberta não foi apreciado pelo plenário.