Título: Na Suécia, estacionamento é grátis para carro flex
Autor: Rosa, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/09/2007, Economia, p. B7

Lula conheceu incentivos dados a suecos que possuem esses veículos e andou em ônibus movido a etanol

Com a missão de fazer propaganda dos biocombustíveis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ontem ao Instituto Real de Tecnologia - uma das universidades mais respeitadas da Europa - a bordo de um ônibus vermelho da Scania movido a etanol. Bem-humorado, desceu do veículo conversando com o rei da Suécia, Carlos XVI Gustavo, mas voltou para cumprimentar o motorista.

'São 600 ônibus movidos a etanol aqui', disse Lula ao Estado, numa referência à frota de transporte público em Estocolmo. 'Vamos levar isso para o Brasil.' Os testes para o primeiro ônibus brasileiro abastecido unicamente por álcool começarão em outubro, justamente no corredor que liga São Bernardo - cidade onde Lula iniciou sua carreira - ao bairro do Jabaquara, na capital.

Em café da manhã seguido de palestra para empresários, antes da parada no Instituto Real de Tecnologia, Lula já havia mencionado a vantagem dada a suecos que possuem veículo movido a etanol. 'Fiquei sabendo que a Suécia tem incentivo para esses carros: as pessoas não pagam estacionamento', contou. Depois do comentário, não resistiu à piada: 'Espero que os consumidores brasileiros não saibam disso, porque senão as prefeituras brasileiras irão à falência'.

Os incentivos concedidos pelo governo sueco para quem tem carro flex - são 43 mil no país - vão, na prática, muito além do estacionamento. Para circular no centro de Estocolmo, por exemplo, donos de veículos a gasolina devem desembolsar uma taxa de até 20 coroas suecas (US$ 3), enquanto os que têm carros flex não pagam nada. Além disso, o governo também dá abatimento de 10 mil coroas suecas (US$ 1,5 mil) na compra de carro flex.

Antes de seguir para Copenhague, Lula homenageou o rei Carlos XVI Gustavo e a rainha Sílvia com um almoço na embaixada do Brasil . No cardápio, nada poderia ser mais típico: picanha com farofa.

Há nove dias, deputados europeus entregaram declaração ao plenário do Parlamento da União Européia, em Estrasburgo, exigindo o embargo 'imediato' de toda a carne exportada pelo Brasil à União Européia. O argumento do grupo é que o fraco sistema de inspeção brasileira é um obstáculo ao controle efetivo da febre aftosa. A família real da Suécia, no entanto, aprovou a picanha.