Título: Preço do barril de petróleo dispara e supera US$ 80
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/09/2007, Economia, p. B9

Cotação em Nova York recua para US$ 79,91 perto do fechamento, mas, ainda assim, bate recorde; investidor reage à queda de estoques nos EUA

Os contratos futuros de petróleo bateram recordes ontem na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês). A cotação do barril para entrega em outubro chegou a alcançar a máxima de US$ 80,05 durante o pregão, superando o recorde anterior, de US$ 78,77, estabelecido em 1º de agosto.

No fechamento, o barril recuou um pouco e foi cotado a US$ 79,91, também acima da máxima anterior, de US$ 78,23, registrada na terça-feira. Analistas ressaltaram, porém, que o recorde de ontem é apenas nominal. Levando-se em conta a inflação, a mais elevada cotação da história ocorreu em abril de 1980, a US$ 101,57 por barril.

Os investidores reagiram à redução dos estoques americanos na semana passada e à formação de uma tempestade tropical no Golfo do México. O mercado também mostrou ceticismo diante da decisão anunciada anteontem pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), de elevar sua produção em 500 mil barris por dia, a partir de 1º de novembro.

'Tudo está dando sustentação aos preços, da oferta apertada a tempestades tropicais. O mercado estava determinado a chegar aos US$ 80; chegamos lá, e não vejo nada que sugira que vamos baixar', comentou o analista Tom Bentz, do BNP Paribas.

Segundo o Departamento de Energia dos EUA (DoE), os estoques americanos de petróleo bruto recuaram 7,1 milhões de barris na semana passada. Analistas do setor previam redução muito menor, de 2,7 milhões de barris.

Os estoques de gasolina tiveram a 6ª semana seguida de redução, com queda de 700 mil barris (para previsões de recuo de 500 mil). Com isso, os contratos futuros para outubro subiram 1,76% e fecharam a US$ 2,0160 por galão.

Os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo combustível para calefação, tiveram crescimento de 1,8 milhão de barris, mas ficaram 8% abaixo do nível do mesmo período de 2006. Em reação a esse informe, os contratos do óleo combustível para outubro subiram 1,67% e fecharam no nível recorde de US$ 2,2191 por galão.

O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC), por sua vez, informou que uma depressão tropical que estava no Golfo do México ganhou força, tornando-se a tempestade tropical Humberto, com ventos de até 72,4 quilômetros por hora. A expectativa é de que ganhe mais força ao se aproximar da região produtora de petróleo e gás natural.