Título: Decisão é exagerada, diz empresa
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/09/2007, Negócios, p. B17

Decisão é exagerada, diz empresa Segundo a Mattel, recall atinge só 0,7% dos brinquedos

O presidente da Mattel no Brasil, Alejandro Rivas, afirmou ontem não ter entendido a decisão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior de suspender as licenças de importação. 'Fizemos um recall preventivo, todas as nossas ações seguiram o que está na legislação e fomos surpreendidos com essa medida exagerada.' Ele afirma que a empresa não recebeu nenhuma comunicação formal do ministério sobre a suspensão. Segundo Rivas, os produtos em recall representam menos de 0,7% dos itens da Mattel no Brasil.

A empresa diz ter enviado explicações sobre seus processos produtivos ao ministério, e espera a volta imediata das importações. 'Se isso não ocorrer, não apenas a Mattel, mas também os lojistas vão sentir as conseqüências. Espero que este não seja um Natal sem Barbie.'

Nas lojas de brinquedos, vendedores estimavam queda nas vendas. Segundo a gerente de uma loja de uma grande rede de São Paulo, 40% dos produtos disponíveis e um sexto das vendas são da Mattel. Já a costureira Rosana Reis, mãe de Ana Carolina, de seis anos, aprovou a medida. 'As crianças vão sentir falta, mas é sinal que o governo está fiscalizando.'

Muitos fabricantes nacionais vêem no provável fim das importações da Mattel uma chance de aumentar a produção. A Baby Brink, que produz bonecas, estima crescimento de 15% a 20% nas vendas para o Natal (as negociações para o Dia das Crianças já estão finalizadas). 'É uma questão matemática. De alguma forma, os produtos da Mattel serão repostos', diz Aldir Giovani, presidente da Baby Brink. Segundo ele, a empresa está preparada para aumentar a produção em até 20%.

A Estrela, cuja boneca Susi é a maior concorrente da Barbie, também disse estar pronta para qualquer espaço que surja. 'Esperamos crescer 30% com a Susi este ano, mas se a concorrência abrir qualquer brecha, temos condições de preenchê-la', afirmou o presidente da empresa, Carlos Tilkian.

A Gulliver, que anunciou em setembro o recall de 15 tipos de brinquedos importados da China e que também fabrica no Brasil, informou que vai aguardar até que o mercado se estabilize para fazer qualquer estimativa sobre aumento de produção. Mesmo assim, disse esperar um bom resultado de vendas das bonecas Bratz.