Título: Renan resiste a pressão até de aliados e avisa que vai ficar
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Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2007, Nacional, p. A4

Grupo de senadores anuncia `operação-padrão¿, com pauta mínima de votações

Oposição admite que houve traições no julgamento, mas avisa que não fará caça às bruxas Movimento pede fim do voto secreto no Congresso

Mônica Veloso diz que é hora de `virar a página¿ Na Europa, Lula pede empenho nas votações, como a da CPMF

Apesar da pressão pelo seu afastamento, o presidente do Senado, Renan Calheiros, avisou que ficará no cargo - não vai renunciar nem tirar férias ou se licenciar. ¿Deus não me deu o dom da desistência¿, disse, um dia após ter sido absolvido do processo de cassação. Ele pediu, em vão, uma trégua aos adversários.

Para forçá-lo a sair, um grupo suprapartidário de dez senadores, incluindo até integrantes da base aliada, fará ¿operação-padrão¿ no Senado. Haverá pauta mínima de votações, ignorando as prioridades do Planalto e pondo em risco a prorrogação da CPMF.

Apesar de admitir traições na sessão fechada, a oposição avisou que não haverá caça às bruxas e atribuiu a absolvição de Renan à base aliada, em especial ao PT. ¿Covarde é quem escondeu o voto¿, disse Aloizio Mercadante (PT-SP), peça-chave no julgamento.

Para o cientista político Cláudio Couto, o julgamento mostrou o ¿corporativismo negativo¿ do Senado. Em meio a mais desgaste, cresce no Congresso a intenção de aprovar um projeto que acabe com o voto secreto para as cassações. A OAB pede o mesmo.

Pivô do escândalo, a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha, disse que é hora de ¿virar a página¿. De mudança para Minas, ela não quis comentar o caso. Na Europa, Lula também fugiu de polêmica, mas cobrou empenho dos parlamentares e lembrou a urgência da votação da CPMF.