Título: Teto de votos no Senado piorou
Autor: Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/09/2007, Nacional, p. A4

Senador petista admite que governo terá dificuldades de aprovar emenda.

O teto de votos do governo no Senado ficou mais reduzido depois da absolvição do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A estimativa é de que, hoje, o Palácio do Planalto conte apenas com 41 do total de 81 votos de senadores. Esse número é insuficiente para aprovar a emenda constitucional que prorroga a CPMF até 2011. São necessários, no mínimo, 49 votos para a aprovação.

¿O nosso teto de votos piorou. Antes tínhamos uns 43 votos. A situação do governo no Senado para aprovar a CPMF é muito difícil¿, reconheceu o primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC). ¿Há um ambiente de ressentimento profundo na oposição e a CPMF não será aprovada no Senado se não houver um desejo de repactuação dessa relação.¿

Inconformados com a absolvição de Renan, senadores de oposição que votaram no passado com o governo, como na reforma da Previdência, prometem se posicionar agora contra a CPMF. Tanto tucanos quanto integrantes do DEM garantem que não votarão a favor da contribuição nem mesmo com pedido dos governadores.

¿Para não aprovar a CPMF, a oposição precisa apenas de 33 votos. É uma situação bem diferente do caso do Renan, quando precisávamos de 41 votos para cassar o seu mandato¿, observou o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). Para aprovar a emenda o governo precisa de 49 votos - se 33 senadores votarem contra ou houver faltas, a proposta não é aprovada.

Governistas e oposicionistas avaliam que os 40 votos e as 6 abstenções que livraram o presidente do Senado da cassação não podem ser contabilizados na conta do Planalto. ¿Temos aí votos do governo e votos do próprio Renan. Esse placar não serve de parâmetro para qualquer outra votação¿, disse o senador Heráclito Fortes (DEM-PI). ¿O governo tem bem menos que esses 46. Ele só aprova a CPMF se desconstruir a atual configuração do Senado, com os governistas passando a ser maioria¿, afirmou Guerra. ¿O governo vai ter de negociar muito.¿