Título: Proposta da GM é recusada em São Caetano
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2007, Economia, p. B7

Os metalúrgicos da General Motors de São Caetano do Sul, no ABC paulista, passaram por cima da orientação do sindicato e rejeitaram a nova proposta de reajuste salarial negociada na quarta-feira com a empresa. Em assembléia realizada ontem, a proposta foi recusada por cerca de 65% dos 6 mil trabalhadores reunidos no portão da montadora. A fábrica emprega 8,3 mil metalúrgicos.

'Defendemos, na assembléia, que a proposta é positiva para a maioria dos trabalhadores, mas boa parte deles não consegue enxergar os ganhos', disse Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, ligado à Força Sindical.

Pela proposta, os salários teriam aumento real de 2,5%, além da reposição da inflação de 4,82%. No entanto, o porcentual de reajuste salarial, que totaliza 7,44%, sofreria um desconto de 1,33%, concedido como antecipação na campanha salarial do ano passado, e só valeria a partir de janeiro de 2008.

Em compensação, seria pago um abono de R$ 2 mil ainda no mês de setembro. Pelos cálculos do sindicalista, os trabalhadores que ganham menos de R$ 5 mil por mês seriam beneficiados pelo acordo.

Cidão tentou ontem agendar uma nova reunião com os representantes da empresa, mas 'eles não manifestaram nenhuma disposição de retomar as negociações'. Caso persista o impasse, o sindicalista diz que não restará alternativa aos trabalhadores a não ser a greve.

Na fábrica de São Caetano, são produzidos 730 automóveis por dia, dos modelos Vectra, Astra e Corsa Classic.

A mesma proposta rejeitada em São Caetano do Sul teve a aprovação dos metalúrgicos da GM de São José dos Campos, onde o sindicato é filiado à Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas).