Título: A Gradiente tem seus próprios pecados
Autor: Chiara, Márcia De
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2007, Negócios, p. B14

ENTREVISTA Eugênio Staub: dono da Gradiente

Eugênio Staub, presidente da Gradiente, acredita que a crise atual pelo qual passa a companhia é resultado de uma combinação de problemas enfrentados pelo setor eletroeletrônico com dificuldades da própria empresa, que trabalha com custos elevados. A seguir, alguns trechos da entrevista.

A situação hoje é fruto de um problema interno da empresa ou de mercado?

São as duas coisas. O mercado de linha marrom está em crise. Isso está nas estatísticas da Eletros, nas choradeiras dos meus concorrentes, que não falam em público e que também tem problemas de rentabilidade. As vendas cresceram nos três anos do governo Lula até a Copa do Mundo e depois disso começou a crise. Também há um concorrente que tem uma vantagem competitiva de mais de 8% induzida pelo ICMS de Manaus. Existem novos entrantes no mercado. O cenário não é diferente do vivido no passado.

E a Gradiente?

Ela tem os seus próprios pecados, como excesso de despesa com assistência técnica, altos custos de logística e uma estrutura que é cara para esse ramo.

Qual é o tamanho da dívida da Gradiente?

A dívida é de R$ 300 milhões, a maior parte com fornecedores estrangeiros. A dívida com bancos já foi reduzida em 20% e com fornecedores diminuída em um terço.

A empresa está em dia com o empréstimo do BNDES?

Emprestamos R$ 160 milhões e já pagamos R$ 110 milhões. Os pagamentos estão em dia.

E as pendências com os fornecedores estrangeiros?

Temos atrasos, mas estamos renegociando as pendências.

A crise atual é a pior já enfrentada pela companhia?

Não. A pior crise foi a de 99, provocada pela desvalorização cambial.