Título: Maquinistas são treinados em simuladores
Autor: Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/09/2007, Economia, p. B5

Exigência de qualificação de mão-de-obra leva setor ferroviário a pedir ao MEC cursos de engenharia

O setor ferroviário é um dos que apresentam investimentos em alta. Somente este ano, as concessionárias privadas deverão investir R$ 3,7 bilhões, segundo estima a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mas, para garantir a expansão, as empresas enfrentam o desafio da qualificação da mão-de-obra, de maquinistas especiais à formação de engenheiros ferroviários.

Para pilotar uma locomotiva importada e sofisticada, os maquinistas precisam de um treinamento adicional que, em alguns casos, leva meses. ¿Estamos trazendo locomotivas de US$ 2 milhões, modernas, que exigem um treinamento de até sete meses, mesmo para um maquinista experiente¿, disse o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça.

Para solucionar o problema, as concessionárias montaram ¿academias¿ de treinamento de funcionários. Segundo Vilaça, algumas dessas academias são equipadas até com simuladores - semelhantes aos usados na aviação - para acelerar o processo de qualificação dos funcionários.

A ANTF também já formalizou um pedido especial junto ao Ministério da Educação: quer que as faculdades voltem a oferecer cursos para a formação de engenheiros ferroviários. ¿Fizemos esse pedido pensando no longo prazo, para termos, daqui a cinco anos, novos profissionais formados no Brasil.¿

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e da Indústria de Base (Abdib), Paulo Godoy, o crescimento da economia evidencia vários gargalos na infra-estrutura. Um deles é a mão-de-obra especializada. ¿Não adianta contratar novas equipes. É preciso treiná-las, e isso normalmente demora alguns meses.¿