Título: Congonhas: pista menor e sem atrasos
Autor: Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/09/2007, Metrópole, p. C8

Aeroporto opera sem restrições, mas com área de escape virtual

O Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo, voltou a operar ontem com as duas pistas para pouso e decolagem, depois das obras de colocação do grooving (ranhuras que evitam a formação de poças) e com área de escape - ainda que virtual. Por determinação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, a pista principal, que antes tinha 1.940 metros, agora passa a ter 1.640 metros - ou seja, 150 metros em cada uma das cabeceiras foram transformados em áreas de escape. Já a pista auxiliar, que possuía 1.435 metros, tem agora 1.195 de extensão e áreas de escape de 120 metros. A medida, no entanto, ainda passa por uma ¿fase de testes¿. Como a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) ainda não teve tempo de fazer as marcações no asfalto, as aeronaves pousam e decolam sem a referência real da nova metragem.

As companhias aéreas já consideram a possibilidade de reduzir o número de passageiros das aeronaves de grande porte - como o A320 - e aumentar a distância entre os assentos dos aviões, idéia defendida por Jobim. Em contrapartida, pressionam pelo aumento no número de operações no aeroporto. Desde a tragédia do vôo 3054 da TAM, que deixou 199 mortos em 17 julho, houve redução de 48 para 33 no número de movimentos (pousos e decolagens) por hora. Mas, na visão das companhias, há margem para ao menos 40 operações por hora.

Ontem, Congonhas teve um dia tranqüilo. Até as 16 horas, dos 127 pousos e decolagens programados, 19 foram cancelados e nenhum atrasou mais de uma hora. No restante do País, 53 dos 1.011 vôos programados atrasaram mais de uma hora - 63 foram cancelados.

ACORDO

Familiares das vítimas do acidente e a TAM vão assinar na terça-feira um termo de compromisso. Intermediado pelo Procon e pela Defensoria Pública, o acordo assegura pagamento das despesas de viagens para resolver assuntos relativos ao caso, assistência médica e suporte para a realização de exames de DNA e para obter documentos e atestados de óbito.

Os parentes ainda reclamaram da falta de informações sobre as causas do acidente. Hoje, eles vão protestar na frente do balcão de check-in da TAM em Congonhas.