Título: Simon prevê rolo compressor
Autor: Pompeu, Carmen
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/09/2007, Nacional, p. A5

Para senador, governo vai forçar a aprovação da CPMF

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou ontem estar convencido de que o Planalto vai ¿comprar a alma¿ dos parlamentares e ¿passar o rolo compressor¿ para conseguir aprovar a prorrogação da CPMF. ¿Vou votar contra, mas não acredito que passe a rejeição, porque eles vão comprar a alma das pessoas¿, acusou. Para Simon, não adianta a oposição resistir, porque ¿o governo fala e (libera) emenda¿.

Ele reclamou ontem da decisão dos colegas de absolver Renan Calheiros (PMDB-AL) e disse que recebeu mais de 4 mil e-mails ¿dando pau no Senado¿. Não comentou, porém, se havia eleitores cobrando posição dele em relação à ameaça velada feita por Renan na sessão secreta da quarta-feira. Tanto Simon como Jefferson Peres (PDT-AM) procuraram minimizar as insinuações de Renan, durante discurso na sessão secreta da última quarta-feira.

Ali, ao fazer a sua defesa, Renan teria enviado recados aos dois. Já eles vêem distorções da imprensa. Em um dos trechos, Renan teria dito a Peres: ¿Se quisesse confundir o público com o privado, teria contratado Mônica Veloso¿, em alusão a Marlídice, mulher do senador, que trabalha no Senado.

O parlamentar amazonense disse que não se lembra de ofensa ou insinuação feita por Renan. Ao contrário, considera que a citação foi respeitosa. ¿Ele se dirigiu de forma leve e educada. Foi uma deferência¿, minimizou. Ainda assim, Peres, meio a contragosto, disse que vai interpelar Renan. ¿Vou procurá-lo para saber se ele disse isso. Vou interpelá-lo da tribuna na próxima semana.¿

O senador confirmou que sua mulher costuma ir ao seu gabinete para fazer trabalhos ligados à Amazônia, mas assegurou que ela não tem vínculos empregatícios e nem sequer recebe salário do Legislativo. ¿Ela é juíza aposentada e às vezes vai ao gabinete. E o Renan sabe muito bem disso¿, afirmou.

Simon ficou irritado com a versão de que Renan teria levantado suspeitas sobre ele em torno da contratação de uma empresa de publicidade com dinheiro do Senado. Ele disse que a versão divulgada pela imprensa gaúcha não era verdadeira.

¿Isso foi uma cachorrada. Se o Renan tivesse feito isso, seria uma cafajestada. E ele já me disse que não fez¿, reagiu. ¿Eu tenho 55 anos de vida pública, nunca utilizei o dinheiro público para coisa alguma.¿