Título: Na ONU, discurso em defesa do meio ambiente
Autor: Monteiro, Tânia e Mello, Patricia Campos
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/09/2007, Nacional, p. A4

Na abertura da assembléia, Lula dirá que modelo global precisa mudar

Nova York - O plenário da Organização das Nações Unidas (ONU) vai ouvir hoje, na abertura da 62ª Assembléia-Geral, um discurso do presidente Lula voltado principalmente para o meio ambiente. O Estado apurou que dois terços do pronunciamento serão dedicados a questões ambientais e aos problemas climáticos. ¿Se não tivermos um novo modelo de desenvolvimento global, crescem as chances de uma catástrofe ambiental e humana sem precedentes¿, dirá.

Lula pedirá ainda uma ação global contra a pobreza e falará da cooperação com o Haiti, encerrando sua fala com uma menção ao painel Guerra e Paz, que está completando 50 anos e é criação do artista plástico brasileiro Cândido Portinari (1903 a 1962). O painel está exposto no edifício da ONU em Nova York.

Como em quase todos os discursos para platéias internacionais, feitos depois da conferência do Grupo Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), em fevereiro, em Paris, Lula também vai dizer que os biocombustíveis são peça importante na questão ambiental. O IPCC estimou que a Terra vai experimentar neste século um aquecimento de 1,8 a 4 graus centígrados, gerando fenômenos que afetarão a produção agrícola e o clima em geral.

O presidente dirá que os biocombustíveis ajudam a reduzir a poluição, além de representarem uma alternativa de desenvolvimento econômico para os países mais pobres, que não têm petróleo. Vai apresentar dados que considera positivos em relação aos esforços do Brasil para a preservação das florestas brasileiras. E vai cobrar dos países mais ricos investimentos maiores para ajudar a preservar o meio ambiente.

Para Lula, todos os países têm responsabilidade em relação aos problemas ambientais, mas ela não é igual para todos. Ele considera que a maior parcela cabe aos mais ricos, que foram ou ainda são os maiores poluidores. Indiretamente, ele dirá que não aceita reduzir as metas fixadas no Protocolo de Kyoto. A reforma da ONU e a crítica ao protecionismo dos países ricos também não ficarão de fora do discurso presidencial.