Título: Bernardo vê sonegadores em grupo contra CPMF
Autor: Fadel, Evandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/09/2007, Nacional, p. A6

Ministro diz ainda que por trás da mobilização existe um ¿movimento político para desestabilizar as contas do governo¿ e tentar prejudicar Lula.

Curitiba - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que há interesses políticos e participação de sonegadores nos movimentos que defendem o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). ¿Não podemos generalizar, mas não tem dúvida de que, por trás do clamor que a sociedade faz para que se baixe a carga tributária, é evidente que tem o movimento político para desestabilizar as contas do governo e, conseqüentemente, tentar prejudicar o presidente Lula ou coisa parecida¿, afirmou, em Curitiba. ¿E não tem dúvida de que tem também a parcela daqueles que sonegam e que vêem a CPMF com ódio porque é uma espécie de dedo-duro da sonegação.¿

Bernardo esteve em Curitiba para uma palestra sobre a realidade econômica brasileira a funcionários e conselheiros do Tribunal de Contas (TCE) do Estado do Paraná, em comemoração aos 60 anos da entidade.

Numa semana em que a Câmara tenta um esforço concentrado para concluir a votação em primeiro turno da proposta de emenda à Constituição que prorroga a CPMF até 2011, o ministro rechaçou insinuações de que o governo esteja fazendo barganhas para aprová-la.

¿Quem está falando isso é o pessoal da oposição, principalmente o PSDB e o PFL, que agora se chama DEM¿, afirmou Bernardo. ¿Mas eles inventaram essa CPMF. Não sei se eles fizeram essas barganhas quando criaram e renovaram por três ou quatro vezes a CPMF, mas posso dizer que nós não estamos fazendo nada que possa envergonhar o País¿, insistiu.

RECEITA

Na defesa da emenda, o ministro voltou a afirmar que o governo não tem como abrir mão da receita da CPMF, estimada em R$ 39 bilhões no ano que vem. ¿Nós estamos discutindo um programa e falando de maneira clara e transparente que precisamos da receita e queremos aprovar a emenda porque é importante¿, argumentou.

¿A discussão que temos de fazer é como podemos aproveitar o momento positivo de crescimento econômico e fazer um movimento de redução gradativa da carga tributária¿, propôs. ¿É uma cobrança que a sociedade faz, de maneira justa, e o governo aceita esse debate.¿

Na sua avaliação, não há a mesma disposição de diálogo entre os opositores. ¿O que vemos é que a oposição fechou questão: é contra¿, afirmou. ¿E nós temos que proteger a posição do governo de votar a favor. Provavelmente vamos ter que decidir no voto e talvez não seja a melhor alternativa.¿