Título: Bolsa já encosta nos 60 mil pontos
Autor: Dolis, Rosangela e Vallone, Giuliana
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/09/2007, Economia, p. B12

Analistas já consideram possível a Bovespa superar 62 mil pontos sem resistência e depois ir para 67 mil

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou ontem a bater recorde de pontos, o terceiro consecutivo na semana. Com alta de 1,46%, a Bovespa fechou nos 59.714 pontos, mas, ao longo do dia, foi até 59.812 pontos. A Bolsa acumula alta de 9,29% no mês e de 34,27% no ano. Desde a mínima de 48.015 pontos, atingida no pior dia da crise de hipotecas do segmento de subprime americano, em 16 de agosto, a Bovespa já subiu 24,36%.

Estudo da Economática mostra que a Bovespa foi a única bolsa do continente americano a recuperar, até terça-feira, os prejuízos com a crise hipotecária americana. A consultoria analisou dez índices, nos seguintes países, além do Brasil: EUA, México, Argentina, Colômbia, Chile, Peru e Venezuela.

De acordo com o analista gráfico Fernando Góes, da Win, área de homebroker da Alpes Corretora, a Bolsa tem espaço para evoluir sem resistências fortes até os 62 mil pontos. 'A Bolsa abriu esse espaço de alta desde que rompeu a barreira dos 55.600 pontos, no dia 18, quando o BC americano (Fed) cortou o juro em 0,5 ponto porcentual', explica Góes.

Ele diz ainda que, superados os 62 mil pontos, a Bolsa poderá evoluir até 67 mil pontos. 'É claro que haverá oscilações por realizações de lucro no meio do caminho.' Góes adianta que vai rever a sua estimativa de fechamento da Bolsa este ano. Inicialmente de 62 mil pontos, a projeção passará para 67 mil pontos.

Segundo Kelly Trentin, analista da Corretora SLW, a tranqüilidade no mercado externo, onde se dissipou a influência negativa da crise imobiliária americana, soma-se a uma conjuntura interna favorável para atrair investimentos externos e impulsionar a Bovespa. 'Internamente, a percepção é de que a inflação não vai pressionar os juros e a atividade econômica e o crescimento do PIB estão fortes.'