Título: PMDB banca indicação de Henriques, mesmo sob investigação no TCU
Autor: Costa, Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/09/2007, Nacional, p. A6

O PMDB não vai retirar a indicação de João Augusto Henriques para a Diretoria Internacional da Petrobrás, apesar de ele fazer parte de um grupo de ex-diretores da BR Distribuidora que está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O partido considera satisfatórias as explicações dadas pelo indicado para justificar sua participação no processo que analisa a suposta contratação indevida da empresa Idort, do Rio de Janeiro, feita pela BR Distribuidora para a recuperação de créditos tributários no início de 1995.

Segundo integrantes do comando do PMDB, Henriques argumentou aos dirigentes partidários que teria sido incluído no processo porque toda a diretoria da BR daquela época foi citada pelo TCU no caso. Ainda de acordo com a legenda, ele garantiu que sua diretoria não tinha nenhuma responsabilidade sobre os problemas.

Além de analisar a contratação indevida da Idort pela BR, o TCU também investiga os termos aditivos ao contrato original assinado nos anos seguintes. Esses termos fizeram com que o primeiro contrato passasse de um valor inicial de R$ 600 mil em 1995 para R$ 46 milhões, em valores abril de 1999, num reajuste de 7.566%.

O relator no TCU, ministro Ubiratan Aguiar, deve apresentar seu parecer final sobre o caso em 15 dias. O processo tramita no tribunal desde 2000.

COTA

A indicação de João Augusto Henriques para ocupar um posto de direção na Petrobrás é cota da bancada mineira do PMDB. A negociação faz parte das conversas entre peemedebistas e governo federal para tentar garantir a aprovação da proposta que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que será votada em segundo turno na Câmara dos Deputados antes de ir para o Senado.

Em troca do apoio à proposta na Câmara, a bancada do PMDB cobrou do Planalto a distribuição de cargos para o partido, especialmente depois que o PT conseguiu preencher dois cargos na Petrobrás. Para não perder os votos do PMDB, justamente o maior partido da base de sustentação no Congresso, o governo fechou o acordo.