Título: Crescem segunda união e divórcio consensual
Autor: Werneck, Felipe e Albuquerque, Liege
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/09/2007, Vida&, p. A35

O número de casamentos realizados no Brasil cresceu 3,6% e cada vez mais eles acontecem a partir de uniões desfeitas.

Segundo as estatísticas do IBGE, que nesse item faz a comparação dos dados de 2005 e 1995, com a queda dos casamentos entre solteiros de 91,2% para 85,9, o número de divorciados que sacramentam nova união com um solteiro aumenta. Os casamentos entre homens divorciados e mulheres solteiras cresceram de 4,1% para 6,3% do total. Embora se mantenha em porcentual mais baixo, quase dobrou o número de ex-casadas que se tornam a primeira esposa de solteiros: de 1,7% em 1995 para 3,1% em 2005.

Em São Paulo, os homens protagonizaram 7% dos casamentos com solteiras em 2005, enquanto as uniões de divorciadas com solteiros não passaram de 4,2% do total. A vantagem masculina aumenta de acordo com a idade. A taxa de nupcialidade entre os homens com mais de 60 anos é quatro vezes maior do que a de mulheres na mesma faixa etária.

LITÍGIO

Na hora de se separar, a maior parte dos divórcios feitos no País é consensual (76,9%).

Quando a separação não tem acordo, as mulheres fazem acusações mais graves do que os maridos. Em 45% dos divórcios não-consensuais no Brasil em 2005, a mulher alegou ¿conduta desonrosa ou grave violação dos deveres do casamento¿ por parte do marido, que pode ir do adultério à agressão física, passando pelo abandono do lar. Entre os homens, esse recurso é usado apenas em 13,3% desses casos.

Alagoas foi o único Estado em que os divórcios não-consensuais superaram os sem conflito: em 54,6% dos casos o casal chega à Justiça sem se entender.