Título: País cobra mais concessões dos emergentes
Autor: Chade, Jamil., Mello, Patrícia Campos
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2007, Economia, p. B15

Os EUA dão claros sinais de que não vão aceitar os números sugeridos pelo Brasil no estabelecimento de um teto para os subsídios. E ainda avisam: está na hora de os emergentes fazerem concessões no setor industrial, se quiserem dar continuidade às negociações. O recado foi dado diretamente ao Brasil, que, na próxima semana, em Pretória, participa de um encontro de cúpula com a África do Sul e a Índia.

Hoje, em Genebra, o Brasil vai defender flexibilidades para que os emergentes possam proteger suas indústrias mais sensíveis. 'US$ 16,4 bilhões representam um corte significativo na ajuda aos agricultores', disse o negociador agrícola dos EUA na OMC, Joe Glauber. O texto da OMC sugere um teto entre US$ 13 bilhões e US$ 16,4 bilhões. Mas o Brasil insiste que o valor fique próximo de US$ 13 bilhões.

Hoje, a OMC inicia o debate sobre o corte que terá de ser realizado pelos emergentes no setor industrial. A ofensiva americana não foi, portanto, por acaso. O embaixador do Brasil na OMC, Clodoaldo Hugueney, diz que os EUA não podem pedir abertura em um setor e resistir a chegar a níveis mais baixos nos subsídios. O diretor da OMC, Pascal Lamy, tenta se mostrar otimista. 'Vejo certa luz no final das negociações agrícolas e de bens industriais.'