Título: Para líderes, senador já não tem os 46 votos
Autor: Filho, Expedito., Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/10/2007, Nacional, p. A4

Insistência em se manter no cargo e manobras aumentam desgaste

Ao menos uma certeza une os líderes dos partidos de oposição e os aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL): todos avaliam que ele já não conta mais com os 46 votos que garantiram sua absolvição no julgamento em plenário da primeira representação por quebra de decoro parlamentar, no dia 12 de setembro. A insistência do peemedebista em se manter no comando do Congresso, aliada às sucessivas manobras políticas que ele mesmo patrocina, produziu tamanho desgaste na opinião pública que fez minguar a linha de frente de sua defesa.

¿Ninguém agüenta mais esse caso Renan¿, desabafou, no fim de semana, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). Ela afirmou, ainda, que entre os mais irritados com a ¿teimosia¿ do presidente do Senado em se manter no cargo a todo custo estão os senadores petistas Tião Viana (AC), Sibá Machado (AC), Flávio Arns (PR) e Eduardo Suplicy (SP), que ajudaram sua absolvição no primeiro processo.

Até mesmo os líderes governistas começam a dar sinais de cansaço com a situação. Em recente conversa com Renan, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), chegou a sugerir a indicação de Suplicy para relatar uma das representações contra ele. ¿Reserve o Suplicy para relatar seu caso, quando você for processado pelo conselho¿, devolveu o presidente do Senado.