Título: Juizado já dá resultado, mas ainda é ignorado
Autor: Filgueiras, Sônia
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/10/2007, Metrópole, p. C3
Em Cumbica, 5 acordos fechados
O consultor de marketing Liraecio Tarini Junior andava de cabeça quente. No dia 2, em um vôo de São Paulo para a Brasília pela BRA, teve a mala extraviada. A empresa achou a bagagem, que na volta para São Paulo sumiu novamente. Dentro da mala, Liraecio carregava um aparelho para tratar da apnéia que sofre durante o sono. ¿O equipamento é caro e eu não podia ficar sem ele¿, conta.
Soube que na segunda-feira havia começado o serviço do juizado especial em Cumbica. Mesmo cético, foi ontem ao aeroporto resolver o caso. Chegou às 14h30 e foi atendido imediatamente. Um representante da BRA foi chamado e se apresentou em menos de meia hora. Dois conciliadores acompanharam a discussão, que se encerrou com um acordo. Enquanto não acha a bagagem, a empresa vai alugar o equipamento para Liraecio. Caso não encontre a mala, pagará um novo.
Nos dois primeiros dias de funcionamento, 8 ações deram entrada no juizado especial de Cumbica e 17 no de Congonhas. Cinco acordos foram fechados em Cumbica, que ontem registrou movimento normal (50 mil embarques e desembarques), com as já conhecidas filas para embarque no início da noite, horário que concentra vôos.
O analista de sistema Sérgio Jovele Viths foi ao juizado resolver o problema da irmã. Ela tinha um vôo marcado entre Porto Alegre e São Paulo para ontem às 7 horas pela BRA. A empresa cancelou o vôo, sem comunicar aos passageiros.
Para conseguir viajar, a irmã dele precisou comprar uma passagem em outra companhia, a um preço mais alto. Viths chegou ao balcão em Cumbica sem muita esperança. Mas a representante da BRA acertou o caso rapidamente. Vai depositar o valor da passagem na conta da irmã. A quantia adicional que ela pagou pela passagem da outra empresa foi paga em dinheiro, na hora. ¿Espero que esse serviço leve as empresas a diminuírem os transtornos¿, disse Viths.
Em Congonhas, a maioria do público ainda ignorava a existência do juizado. Os que sabiam tinham dificuldade em encontrá-lo atrás do check-in da Gol.