Título: Oferta diminui e barril de petróleo vai a US$ 83
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Fonte: O Estado de São Paulo, 12/10/2007, Economia, p. B11
Preço tem nova alta, provocada pelo temor de ampliação do déficit do produto no 4.º trimestre.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta ontem depois da divulgação de dados mostrando redução na oferta do produto. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo leve para entrega em novembro fechou em US$ 83,08 o barril, alta de 2,2%. Em Londres, o petróleo do tipo Brent para novembro fechou com alta de 1,97%, em US$ 80,15.
O preço do petróleo vem subindo desde o fim de agosto com base no temor de que o déficit da oferta global do produto se ampliará no quarto trimestre, deixando as nações consumidoras mais vulneráveis. A desvalorização do dólar também pressionou os preços, pois os compradores fora dos EUA podem oferecer valores mais altos com moedas mais fortes.
Os estoques de petróleo dos EUA caíram inesperadamente na semana passada, segundo a Administração de Informação de Energia, braço analítico e de estatísticas do Departamento de Energia americano. Os estoques em geral sobem no outono porque as refinarias nos EUA e na Europa reduzem as taxas de processamento ou fecham inteiramente unidades para a manutenção sazonal. Este ano, a movimentação nos padrões de preços futuros estimulou as refinarias, as companhias terminais e os investidores especulativos a retirarem petróleo dos estoques, que caíram 1,7 milhão de barris, para 320,1 milhão de barris. Analistas esperavam um aumento de 1 milhão de barris, segundo pesquisa da Dow Jones.
Os estoques de gasolina inesperadamente subiram 1,7 milhão de barris para 193 milhões de barris, o que ainda é ¿patético¿, segundo Phil Flynn, analista de energia da Alaron Trading Corp em Chicago, uma vez que os estoques de gasolina continuam muito baixos apesar do aumento. Os analistas esperavam queda de 300 mil barris.
O declínio nos estoques de petróleo reforçou a percepção de aperto no mercado indicada pela Agência Internacional de Energia, com sede em Paris, que monitora os países consumidores de petróleo. A agência disse que os estoques de países industrializados cobriam menos dias de demanda no fim de agosto ante o mês anterior.
As tensões entre Iraque e Turquia também ajudaram a elevar os preços. Bases de rebeldes curdos no norte do Iraque preocupam a Turquia, que tem criticado os EUA e o Iraque por não desativá-las.