Título: Tião Viana quer votar CPMF até dezembro
Autor: Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/10/2007, Nacional, p. A7

Com licença de Renan, governo acha agora possível acordo com oposição

O senador, Tião Viana (PT-AC), reúne-se com líderes partidários, na segunda-feira, quando assume a presidência da Casa, para traçar um calendário que permita a aprovação até meados de dezembro da emenda à Constituição que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. Com a licença de 45 dias do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, o governo espera sucesso nas negociações com a oposição e com a base aliada para aprovar a contribuição.

¿Claro que, com o Renan fora da presidência, o clima fica distensionado, desanuviado. Mas teremos muito trabalho para aprovar a CPMF¿, previu ontem a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC). ¿Com o Renan na presidência era praticamente impossível aprovar a CPMF. Agora, facilita um pouco a aprovação, mas o governo terá de negociar alguma coisa para que a contribuição seja aprovada¿, disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

Sem maioria folgada no Senado, o governo terá de convencer dissidentes da base aliada a votar favoravelmente à CPMF, além de cooptar votos da oposição. Com a saída de Renan da presidência do Senado, a oposição promete não obstruir mais as sessões da Casa. Mas tanto DEM quanto PSDB avisam que continuam contra a prorrogação do imposto sobre o cheque. Além das dificuldades junto à base aliada, pelo menos três senadores governistas já anunciaram que vão votar a favor do parecer da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que será formalmente indicada nesta segunda-feira como relatora da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Kátia Abreu anunciou que irá propor a extinção da contribuição. O senador Romeu Tuma (SP) afirmou que, mesmo depois de sair do DEM e ir para o PTB, vai votar contra o imposto. O mesmo caminho será seguido pelos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS), que chegaram a ser afastados pelo PMDB da CCJ por votarem contra contribuição. Na quinta-feira, ambos foram reintegrados à comissão.

¿Voto contra a CPMF¿, sentenciou o senador Jarbas, que passa o fim de semana em Portugal.

Os aliados querem negociar mudanças na emenda constitucional. É o caso de Renato Casagrande, que admite ter dificuldades em votar a favor da prorrogação da contribuição, caso o governo não concorde em fazer alterações na proposta. ¿Quero, por exemplo, que sejam garantidos mais recursos para a Saúde¿, afirmou o senador.