Título: Estrela cruzou o céu por mais de 30 anos
Autor: Mayrink, José Maria
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/10/2007, Economia, p. B14

Vôos marcaram época, como a chegada do Papa, da Seleção e de Senna

A qualidade do serviço de bordo e a gentileza dos funcionários fizeram da Varig uma das companhias aéreas mais respeitadas do mundo. Durante mais de 30 anos, a estrela da pioneira - que nasceu em 7 de maio de 1927, no Rio Grande do Sul - brilhou entre as maiores empresas, cruzando o Atlântico e o Pacífico em rotas intercontinentais. Suas agências para venda de passagens em endereços sofisticados, como a Avenida Champs Elysées em Paris e o Rockefeller Center em Nova York, eram uma extensão do Brasil, ponto de encontro de intelectuais, turistas e exilados políticos.

Presidentes, chefes de Estado, artistas e celebridades, entre elas o papa João Paulo II, voaram nas asas da Varig. Foi um jato da empresa que transportou o corpo de Ayrton Senna da Itália para o Brasil em 1994, mesmo ano em que a seleção tetracampeã cruzou os céus de Brasília num DC-10 escoltado por caças da FAB e taxiou na pista com o atacante Romário empunhando a bandeira verde-amarela na janela da cabine de comando.

Nos aviões, o cardápio oferecia caviar e champagne na primeira classe, servidos com talheres de prata e taças de cristal. ¿Não vamos ter mais caviar, mas queremos manter a qualidade Varig com a gestão Gol¿, promete o diretor comercial da empresa, Lincoln Amano.

Seguindo uma tendência do mercado, os aviões da Varig não têm mais primeira classe, um luxo do passado que, como observa Amano, resiste em poucas companhias. A executiva, que substituiu a primeira classe, não tem a mesma sofisticação, mas oferece maior variedade de pratos e bebidas, além de garantir atendimento personalizado. Em compensação, custa bem mais caro. No vôo São Paulo - Paris, o preço do bilhete de ida e volta sobe de US$ 952 na classe econômica para US$ 4.599 na executiva.