Título: Apoio a Kirchner despenca
Autor: Palacios, Ariel
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/10/2007, Internacional, p. A10

Índice é o menor de seu mandato, mas presidente ainda é o maior cabo eleitoral de Cristina.

O presidente argentino, Néstor Kirchner, está com a pior imagem desde sua posse, em 2003, segundo pesquisa da consultoria Poliarquia divulgada ontem. Enquanto no primeiro mês de governo ele contava com 83% de apoio, agora tem 45%. No último ano, em meio a escândalos de corrupção e disparada da inflação, seu apoio nas pesquisas de opinião caiu 8 pontos porcentuais.

Apesar da queda, os analistas afirmam que o nível ainda é alto se for levado em conta o desgaste de quatro anos e meio no poder. A imagem de Kirchner ainda resiste o suficiente para ele ser o maior cabo eleitoral de Cristina Kirchner, primeira-dama e candidata do governo às eleições presidenciais do dia 28.

Segundo a consultoria Ricardo Rouvier, Cristina tem 44,2% das intenções de voto, enquanto Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, tem 14,9%. Outra pesquisa, feita pela consultoria Carlos Fara, mostra Cristina com 46,6%. Em segundo aparece Roberto Lavgana, do Uma Nação Avançada, com 11%.

A lei argentina estipula que vence no primeiro turno quem tiver mais de 40% dos votos e uma diferença de 10 pontos sobre o segundo candidato.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Opinião Pública e Projetos Sociais indicou que 30% das argentinas ainda votam no candidato escolhido pelo pai ou pelo marido. O resultado da pesquisa provocou duas leituras entre os sociólogos e pesquisadores argentinos. Por um lado, pode ser encarado como um grande avanço o fato de que a maioria da população feminina decida por conta própria em quem votar. Mas outros afirmam que é ¿indignante¿ que um terço das mulheres argentinas ainda dependa da decisão do homem da casa para escolher seu candidato presidencial.

Isso indica que, no dia 28, 3 milhões de mulheres irão às urnas sem ter decidido de forma individual o próprio voto. Os especialistas afirmam que, para este setor do eleitorado feminino, a política ainda é ¿coisa de homem¿.

Os pesquisadores também perguntaram às mulheres quem entende mais de política. O resultado é que 25% delas consideram que ¿os homens sabem mais¿. Outros 5,8% afirmaram que ¿as mulheres sabem mais¿. Mas a imensa maioria, um total de 69,2%, sustenta que homens e mulheres ¿sabem igualmente¿ de política.