Título: Banco Mundial vai ampliar investimentos para a América Latina
Autor: Kuntz, Rolf., Mello, Patricia Campos
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/10/2007, Economia, p. B5

O Banco Mundial (Bird) vai refinar e diversificar os serviços financeiros para os países latino-americanos, disse ontem o novo economista-chefe da instituição para a América Latina e o Caribe, Augusto de la Torre, ex-presidente do Banco Central do Equador (1993-1996). A idéia é baratear e ampliar as linhas de financiamentos, de acordo com orientação anunciada no dia 10 pelo presidente do banco, o americano Robert Zoellick.

Zoellick prometeu naquele discurso maior apoio aos países de renda média. Segundo ele, 70% dos pobres vivem na Índia, na China e em outros emergentes. ¿Esses países nos pediram que continuemos comprometidos com sua busca pelos melhores meios de atender a suas necessidades. Logo, o banco precisa expandir-se, não encolher.¿

As economias latino-americanas estão hoje mais sólidas e com maior acesso ao crédito privado, mas o Bird, segundo De la Torre, ainda pode contribuir para fortalecê-las com dinheiro e com a sua experiência em desenvolvimento e reformas. A ajuda pode ser fornecida tanto pelo banco quanto pela Corporação Financeira Internacional, o braço do grupo envolvido no apoio ao setor privado.

De la Torre, sucessor do colombiano Guillermo Perry, mostrou-se otimista em relação à América Latina. Os orçamentos estão mais ajustados, a dívida pública caiu e sua composição ficou mais favorável, com menos compromissos em dólares. As contas externas são superavitárias, reservas estão acumuladas e a maioria dos países adotou, com sucesso, o sistema de metas de inflação.

Com essas mudanças, a região foi capaz de suportar com menores danos a turbulência iniciada com a crise no mercado hipotecário americano, comentou De la Torre. A economia real deve ter sofrido algum efeito da crise, mas limitado.