Título: IGP-10 perde ritmo em outubro
Autor: Brandão Junior, Nilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/10/2007, Economia, p. B7

Índice da FGV caiu de 1,47% em setembro para 1,07%

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) perdeu ritmo em outubro, com 1,07%, ante 1,47% em setembro. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), que anunciou ontem o índice, não descarta novas desacelerações. A taxa mais baixa este mês foi influenciada pelo comportamento de preços dos produtos industriais, que na coleta anterior haviam subido 0,75% e agora aumentaram 0,17%.

Para o coordenador de Análises Econômicas da fundação, Salomão Quadros, os recentes resultados deixaram mais tranqüilos os diretores do Banco Central sobre a curva de inflação no curtíssimo prazo. Ele não descartou a possibilidade de um novo corte, hoje, na taxa básica de juros (Selic) em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Entretanto, Quadros acredita que, caso o comitê decida pelo corte, o mais provável é que seja pequeno e venha acompanhado de uma explicação bem clara ao mercado de que novas reduções não seriam realizadas por um bom tempo.

A queda no IGP-10 de outubro - medido de 11 de setembro a 10 de outubro -, foi quase inteiramente causada pela elevação menos intensa de preços do setor atacadista (de 2,06% para 1,45%). ¿E cerca de 70% dessa desaceleração foi originada do setor industrial¿, completou o economista.

Entre os produtos industriais, o destaque foram os alimentos processados (de 3,33% para 0,88%), beneficiados pela deflação em leite e derivados (-2,15%). Durante meses os preços do leite e de seus derivados dispararam, por causa de um problema de demanda maior do que de oferta, que agora começa a ser regularizada, derrubando os preços. Segundo Quadros, alguns produtos estão em queda por causa do bom comportamento do câmbio. É o caso de alumínio em lingotes (-10,56%) e celulose (-3,64%). No varejo, os preços também subiram menos (de 0,37% para 0,27%),

IPC-S

A inflação mais forte no setor de alimentação (de 0,58% para 0,84%) foi a principal responsável pela taxa maior do IPC-S, que subiu 0,37% na segunda semana de outubro, ante 0,34% na primeira semana. Segundo o economista da FGV, André Braz, os preços dos alimentos in natura puxaram para cima a taxa do índice.