Título: Para Skaf, sociedade se desacostumou a protestar
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2007, Nacional, p. A4

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse ontem que a sociedade brasileira ¿se desacostumou¿ a se unir em causas de seu interesse ou do País. Após se reunir com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), em Belo Horizonte, Skaf comentou a baixa adesão ao show contra a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), promovido anteontem em São Paulo, e o desconhecimento do assunto demonstrado pelos músicos participantes.

¿A sociedade se desacostumou a se mobilizar¿, lamentou. ¿Ao longo dos últimos anos, ela tem aceitado muitas das coisas que aí estão. Muitos dos serviços públicos que muitas vezes não atendem às expectativas e necessidades mínimas, impostos altos com serviços de baixa qualidade. Isso é falta de cobrança, a sociedade exigindo melhores qualidades.¿

A Fiesp foi uma das promotoras do Tributo contra o tributo, no Vale do Anhangabaú. Para Skaf, houve expectativa exagerada em relação ao público. Sobre comentários dos artistas - alguns não sabiam que a alíquota do tributo é de 0,38% -, o presidente da entidade viu um reflexo da ¿realidade brasileira¿.

Skaf frisou que já tem 1,5 milhão de assinaturas contra a prorrogação da CPMF e atacou a proposta mais defendida por Aécio: a partilha da contribuição com Estados e municípios. ¿Espero que isso desapareça da pauta. Não interessa ao Brasil.¿