Título: Se Senado mudar texto, Câmara fará o mesmo
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/10/2007, Nacional, p. A4

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), avisou ontem que, se o Palácio do Planalto ceder no Senado e aceitar alterações no texto da emenda que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), os deputados devem negociar outras mudanças. Se a proposta for revista pelos senadores, obrigatoriamente terá de retornar à Câmara.

O governo exigiu que os partidos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovassem o projeto original sem mudanças, mas agora tem acenado com concessões no Senado. Lá, a força da oposição é maior e, por isso, há medo de uma derrota na votação.

Como os deputados já cumpriram a determinação do Planalto à risca, nas duas votações da emenda na Casa, Chinaglia acha que eventuais mudanças no Senado causariam rebeliões na base e pressões por mais mudanças no texto.

¿Há um sentimento na base de que na Câmara se faz o jogo duro e, no Senado, as concessões. O governo terá de pensar 20 vezes (antes de ceder)¿, advertiu o presidente da Câmara.

RENEGOCIAÇÃO

Chinaglia lembrou que, durante as negociações na Câmara, os aliados deixaram claro que, se houvesse mudança na proposta, o texto teria de ser negociada novamente com os deputados. A votação nas duas Casas atrasou, em grande parte, pela crise envolvendo o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).