Título: Putin confirma visita ao Irã, apesar de ameaça
Autor: Nyt; Reuters
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/10/2007, Internacional, p. A13

Líder russo minimiza notícias sobre complô para matá-lo e desembarca hoje em Teerã para tratar da questão nuclear

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ontem que irá ao Irã, apesar dos rumores sobre um plano para assassiná-lo na república islâmica. Assessores do Kremlin confirmaram que ele chegará hoje a Teerã.

¿Claro que vou para o Irã¿, disse Putin após uma reunião em Wiesbaden, na Alemanha, com a chanceler Angela Merkel. ¿Se eu sempre levasse em conta as várias ameaças e recomendações do serviço de segurança, nunca sairia de casa.¿ O porta-voz da chancelaria iraniana, Mohamad Ali Hosseini, disse que os relatos sobre um complô contra Putin são ¿informações equivocadas¿ com o objetivo de deteriorar as relações entre Rússia e Irã. ¿Esse tipo de notícia falsa não terá impacto na visita de Putin¿, afirmou Hosseini.

No domingo, a agência de notícias Interfax, de Moscou, informou que Putin havia sido alertado por seu serviço secreto de que sua vida estaria em risco caso fosse ao Irã. A Interfax e outras duas agências russas citaram, sob anonimato, uma fonte que afirmou que ¿as autoridades competentes estão agindo ativamente com parceiros estrangeiros para lidar com a informação recebida sobre uma ameaça terrorista contra o chefe de Estado da Rússia¿. O Kremlin confirmou que o líder russo foi avisado sobre a ameaça.

Putin é o primeiro líder russo a visitar o Irã desde 1943, quando Josef Stalin foi a Teerã para participar de uma reunião, durante a 2ª Guerra, com o premiê britânico Winston Churchill e o presidente americano Franklin Roosevelt. Durante sua visita, Putin se reunirá com o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e participará de um encontro com líderes de nações do Mar Cáspio.

Enquanto Putin defendeu paciência e negociações para lidar com o Irã, Merkel foi mais crítica. Ela pediu que o presidente russo pressione o Irã a agir com mais transparência em relação a seu programa nuclear e a respeitar as resoluções internacionais, para que não seja preciso impor mais sanções ao país.