Título: Tráfico é outro grande problema em RO, ao lado da devastação ambiental
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/10/2007, Vida&, p. A38

A Polícia Federal (PF) afirma que a Bolívia é hoje a principal fornecedora de cocaína para o Brasil. Somente neste ano, quase duas toneladas da droga foram apreendidas por policiais federais em Rondônia - mais precisamente, até o dia 18 de outubro, foram recolhidos pela polícia nada menos 1.954 quilos de cocaína que seriam distribuídos dentro do País.

No ano em que a Polícia Federal havia feito o maior número de apreensões, em 1998, os traficantes perderam para os agentes 1.037 quilos da droga em operações e batidas. Já em 2006, foi apreendida uma quantia ligeiramente menor: 901 quilos. Depois de Rondônia, o segundo Estado da federação onde mais se apreendeu cocaína naquele ano foi Mato Grosso.

O superintendente da PF em Porto Velho, Sérgio Fontes, considera o tráfico de drogas, ao lado da devastação ambiental, o problema mais grave enfrentado por Rondônia. Em seguida, vêm os conflitos fundiários.

ARREMESSOS

No caso da droga, de acordo com Fontes, a entrada se dá pelos municípios de Guajará-Mirim, Costa Marques e Pimenteiras.

Há ainda um outro caminho para o contrabando da cocaína que se tornou comum na região: os arremessos.

Aviões entram em território brasileiro e jogam a droga em determinados pontos previamente combinados com os traficantes. A partir desses locais, a cocaína é distribuída para o resto do País.

De acordo com os dados da PF, a Bolívia é o terceiro produtor mundial de coca, sendo precedida pelo Peru e pela Colômbia, país que lidera esse ranking.

Ocorre que tanto a Colômbia quanto o Peru enviam as drogas que produzem para serem comercializadas nos Estados Unidos e na Europa. A Bolívia, ao contrário, envia a cocaína processada para Brasil, que tem 8.062 quilômetros de fronteiras com os países produtores da droga. A imensa extensão do território facilita, portanto, a ação dos traficantes. T. M.