Título: Relatório sobre a região será levado a Lula
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/10/2007, Vida&, p. A12

Ministro da Defesa, Nelson Jobim, visitou a área na semana passada e vai sugerir providências

¿O Estado tem de ocupar o seu espaço para eliminar o vazio de poder que existe na Amazônia.¿ A síntese é do ministro da Defesa, Nelson Jobim, depois de passar a semana passada inteira em visita a 17 unidades militares da região e ser informado de que na fronteira do Estado de Rondônia com a Bolívia o desmatamento, de setembro do ano passado a setembro deste ano, cresceu 600%. Jobim vai fazer um relatório sobre tudo o que viu na região e entregá-lo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Dizendo-se ¿impressionado¿ com os relatos de militares, do Ibama e da Polícia Federal (PF) sobre desmatamento e falta de projetos de desenvolvimento sustentável para a região, o ministro Jobim firmou a convicção de que ¿o reaparelhamento das Forças Armadas é um assunto nacional, e não apenas uma questão meramente administrativa, de manter um determinado setor do poder público mais ou menos equipado¿. Trata-se, acrescentou o ministro da Defesa, de criar condições ¿para um bom trabalho em defesa da Pátria¿.

`VAZIO DE PODER¿

Além da devastação da mata para exploração das madeiras, Jobim notou que há uma pressão sobre a região claramente provocada pela expansão da agropecuária. ¿Isso mostra a necessidade de um critério econômico de desenvolvimento sustentável porque é preciso definir as formas de sustentação das populações.¿

Ele fez questão de levar outras autoridades na visita à Amazônia, como a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que ficou dois dias na área, e até ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). ¿As visitas (das demais autoridades) são necessárias porque ajudam a tomar as decisões¿, defendeu o ministro da Defesa.

O general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, fez coro com Jobim sobre o ¿vazio de poder¿ e disse esperar que o Exército chegue ao final de 2008 com cerca de 28 mil homens na região. Hoje, estão lá 23,5 mil.

Apesar disso, ele admite que o aumento de efetivo não é o fundamental para a defesa da Amazônia. ¿É importante melhorar as condições de trabalho de quem já está lá e terminar a instalação dos quartéis planejados¿, disse.