Título: Jobim critica Anac por atrasos
Autor: Monteiro, Tania
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/10/2007, Metropole, p. C5

Ministro ameaça usar processo na CGU para tirar Zuanazzi

Em mais um round na queda-de-braço com o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil , Milton Zuanazzi, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, voltou a criticar a Anac, acusando-a de, mais uma vez, ter agido ¿com leniência¿, por não ter cobrado das empresas aéreas melhor atendimento aos passageiros durante o fim de semana em que os aeroportos ficaram lotados com mais da metade dos vôos atrasados, em decorrência do mau tempo. ¿A Anac não fez seu papel e continua naquela leniência que a caracteriza neste processo¿, atacou Jobim.

Na entrevista concedida ontem, na Base Aérea de Brasília, depois da cerimônia do Dia do Aviador, o ministro ameaçou usar o processo administrativo instaurado para investigar a gestão da Anac para afastar Zuanazzi. O processo está sendo realizado no Ministério da Defesa por profissionais da Controladoria Geral da União (CGU) e ainda não tem data para ser concluído. ¿Ainda está sendo feito o levantamento¿, disse Jobim, ao ser questionado sobre o andamento do processo aberto há dois meses.

Ante a insistência de repórteres que queriam saber se o processo é o caminho para afastar Zuanazzi, o ministro da Defesa despistou: ¿Não tenham ansiedades.¿ Jobim voltou a defender ainda a recomposição completa da Anac.

Já o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, avisou que os passageiros poderão enfrentar novos problemas nos aeroportos, a partir de agora, não só por causa da entrada do período de chuvas, mas também pelo aumento do movimento nos aeroportos por causa dos feriados e das férias que estão se aproximando. Gaudenzi admitiu ¿falhas na comunicação¿ com os passageiros, que não foram alertados para os problemas que poderiam enfrentar em São Paulo, por causa do grande fluxo de pessoas que foram ver a final da Fórmula 1, embora ressaltando que tudo foi agravado pelo mau tempo.

Questionados se o País iria assistir a uma novo caos, no fim do ano, Gaudenzi e Jobim disseram que não. ¿Eu não disse que vai ter um caos. Disse que vai ter muito mais gente ocupando vôos e não é só aqui, é no mundo inteiro¿, disse Gaudenzi.