Título: Publicitário nega ter pago comissão ao governo de MS
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/10/2007, Nacional, p. A15

`Nunca pagamos nenhum tipo de comissão, nem fomos solicitados a nada referente a essa questão¿, diz Medeiros

Henrique de Medeiros, presidente do Sindicato das Agências de Propaganda de Mato Grosso do Sul, afirmou nunca ter feito desembolsos a título de comissão para o governo Zeca do PT. ¿Nunca pagamos nenhum tipo de comissão, nem fomos solicitados a nada referente a essa questão¿, reagiu.

A Slogan, agência de Medeiros, fechou contratos com o governo de Zeca do PT, num total de R$ 250 mil. Os contratos da Slogan não estão sob suspeita do Ministério Público.

Sobre a reunião que teria ocorrido entre o ex-governador e o sindicato - conforme denúncia feita por Ivanete Leite Martins -, Medeiros foi incisivo: ¿Sou presidente do sindicato desde julho de 2007. Antes disso, nunca fui convocado por administrações anteriores do sindicato para alguma reunião na qual tenha sido discutido esse tema.¿ Ele declarou que nunca conversou sobre esse assunto com Zeca do PT. ¿Quanto a membros do sindicato, não que eu tenha conhecimento.¿

Para Medeiros, o Ministério Público está cumprindo sua função institucional de investigar denúncias que envolveriam uso inadequado do dinheiro público. Mas ressalvou: ¿Qualquer acusação dá direito à defesa e conclusões não podem ser cristalizadas antecipadamente. Já vimos resultados extremamente negativos de juízos precipitados. É preciso esperar os resultados desses levantamentos que estão sendo feitos para apurar essas informações e verificar sua veracidade ou falta de base nas denúncias, a partir do momento em que seja discutido no Judiciário.¿

¿As notas fiscais fornecidas pela Sergraph não eram notas idôneas¿, disse Geraldo Palhano, dono da 2000 Publicidade. Há 15 anos no mercado, a atuação da 2000 nunca havia sido contestada. ¿Quando você recebe nota do fornecedor você não se preocupa se é idôneo ou não¿, assinalou Palhano. ¿Nem cabe à agência fazer essa verificação. Cabe ao poder público. A Sergraph é fornecedora tradicional de Campo Grande. Mandei suspender qualquer negócio com ela.¿

Ariosto Barbieri, da Agilitá, repudia com veemência a acusação da promotoria. Há 28 anos no mercado, Barbieri nunca tinha sofrido acusação criminal. ¿Todo mês eu recebo notas de 80 a 100 fornecedores. Como é que vou saber se as notas são frias ou se não recolheram os tributos devidos? Não existem meios de controlar.¿

DESTINAÇÃO

O publicitário afirmou que jamais participou de reunião com Zeca do PT para tratar do pagamento de comissão. O governo petista pagou R$ 11,44 milhões à Agilitá entre 2005 e 2006. ¿Emiti mais de R$ 11 milhões em notas, mas a receita bruta da agência gira em torno de 17% desse valor, ou R$ 1,6 milhão. Não é lucro, a gente paga 20% em impostos.¿

Barbieri destacou que o restante do dinheiro é destinado a jornais, emissoras de TV e rádio pela divulgação. Observou que já atendeu a outros governos, anteriores ao de Zeca. Segundo ele, 80% da verba de publicidade sai de órgãos públicos, prefeituras, governo estadual, Assembléia e Tribunal de Contas do Estado. ¿Ganho meu dinheiro da iniciativa privada, mas não posso desprezar uma verba pública.¿

Barbieri disse que conhece Ivanete. ¿Ela trabalhou até o fim do governo, era encarregada de fazer os empenhos¿, disse. ¿Não acredito que ela tivesse poder para aprovar campanhas e contratar agências. Tinha poderes para inserir empenhos no sistema, mas não para fazer pagamentos.¿

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