Título: UE quer desenvolvidos cortando 20% do CO2
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Fonte: O Estado de São Paulo, 31/10/2007, Vida&, p. A20

Posição será defendida na Conferência de Bali

Os ministros do Meio Ambiente da União Européia (UE) defenderão que todos os países desenvolvidos devem cortar suas emissões de dióxido de carbono entre 20% e 30% em 2020 com relação aos níveis de 1990. Essa é a posição que o grupo levará para a próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em Bali, na Indonésia, em dezembro, determinada em uma reunião ministerial ontem.

A UE espera que, na ocasião, sejam debatidas as bases para o acordo global que substituirá o Protocolo de Kyoto, a partir de 2013. Os europeus devem enfrentar a oposição dos Estados Unidos, que não ratificaram o protocolo e defendem o desenvolvimento de tecnologias limpas para lidar com o efeito estufa, sem metas de redução de emissão.

A linha foi detalhada em um documento único e segue o plano já defendido pela primeira-ministra alemã, Angela Merkel, na última reunião do G-8. O objetivo é evitar que a temperatura média global não suba mais do que 2°C acima da estimada antes da Revolução Industrial.

A União Européia também defenderá que, a exemplo de seus países-membros, pelo menos 20% da energia consumida em 2020 seja originária de fontes renováveis. Estima-se que os biocombustíveis representam hoje, na Europa, 10% do que é usado em veículos.

Para o comissário europeu para o tema, Stavros Dimas, as negociações em Bali serão difíceis devido à posição americana. Por outro lado, ele espera que países em desenvolvimento, por enquanto livres de metas mandatórias de redução das emissões, apresentem contribuições significativas.

Nesse sentido, a ministra espanhola, Cristina Narbona, disse que o documento abre espaço para o fortalecimento de mecanismos financeiros internacionais. O foco é a implementação, pelos países em desenvolvimento, de tecnologias menos danosas ao ambiente e à manutenção de florestas como sumidouros de carbono.

O ministro português do Meio Ambiente e presidente do conselho ministerial, Francisco Nunes Correia, afirmou que a posição é uma ¿carta de navegação comum¿ dos países europeus dentro da estratégia contra as mudanças climáticas. Segundo ele, a única posição contrária partiu da Polônia, que pediu a inclusão de uma referência sobre o uso sustentável de florestas - ¿um pequeno problema técnico¿ que será resolvido pela presidência da UE, disse Correia.

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