Título: Governo paulista pode ir à Justiça por fornecimento
Autor: Lima,Kelly; Komatsu, Alberto; Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/11/2007, Economia, p. B3

O Estado de São Paulo não está disposto a pagar a conta sozinho no caso da redução do suprimento de gás pela Petrobrás. O Comissário Geral da Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE), Zevi Kann, afirmou ontem que, se a liminar conseguida pelo Estado do Rio prejudicar de alguma forma o fornecimento dos clientes paulistas, o governo tomará providências, mesmo que isso signifique entrar na Justiça.

Ele lembra que durante muito tempo a Petrobrás até agradecia quando uma distribuidora comprava mais gás natural. E até incentivou o consumo do combustível, já que não tinha mercado suficiente e as térmicas não precisavam operar. ¿Agora não é tão simples chegar e dizer que se pode cortar o suprimento porque as distribuidoras não têm contrato.¿

O executivo confirma que, dos 15 milhões de metros cúbicos/dia (m³) distribuídos pela Comgás em São Paulo, cerca de 2 milhões de m³/dia não têm contrato. O mesmo ocorre com a CEG e CEG Rio. ¿Só que você não pode adotar uma lógica tão simples que é cortar.¿

Aliás, algumas indústrias de São Paulo nem cogitam a possibilidade de corte no fornecimento do combustível. O diretor da Associação Nacional de Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), Antônio Carlos Kieling, diz que o setor foi o primeiro a aderir à matriz energética e hoje é 100% atendida pelo gás natural. ¿Não temos outra alternativa já que migramos todos os equipamentos para o gás natural.¿